PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE PEQUENOS GRUPOS NA IP DE TINGUI
“Cada casa uma igreja, cada crente um ministro”
PROJETO PEQUENOS GRUPOS PARA A IP DE TINGUI
O pequeno grupo como estrutura básica
Um pequeno grupo de cinco a quinze pessoas que se reúne informalmente nas casas é a estrutura mais eficaz para a comunicação do evangelho em nossa sociedade. Esses grupos são mais adequados para a missão da igreja num mundo urbano do que os cultos tradicionais, os programas institucionais da igreja ou os meios de comunicação de massa. Do ponto de vista metodológico, o grupo pequeno oferece a maior esperança para a descoberta e uso dos dons espirituais e para a renovação na igreja e na sociedade.
O PG foia unidade básica da igreja durante seus dois primeiros séculos. Não havia templos, os cristãos encontravam-se quase que exclusivamente em casas particulares. Na realidade, a existência de pequenos grupos de um ou outro tipo parece ser um elemento comum a todos os movimentos significativos do Espírito através da história da igreja.
Vantagens da Estrutura de Pequenos Grupos
O PG oferece diversas vantagens sobre outras formas de igreja:
1. É flexível. Como o grupo é pequeno, é fácil mudar seus procedimentos ou funções para enfrentar situações novas ou para alcançar objetivos diferentes. Por ser informal, não tem muita necessidade de padrões rígidos de operação. É livre para ser flexível quanto ao local, horário, frequência e duração das reuniões.
2. Tem mobilidade. O grupo pequeno pode se reunir em uma casa, escritório, loja, quase em qualquer lugar.
3. É inclusivo. O grupo pequeno pode demonstrar uma abertura que atraia pessoas de todos os tipos.
4. É pessoal. A comunicação cristã sofre de impessoalidade. Muitas vezes, ela é bem elaborada, muito profissional e, por isso, muito impessoal. Mas num grupo pequeno, pessoas encontram pessoas, e a comunicação se dá no nível pessoal. Essa é a razão pela qual, por mais contraditório que pareça, os grupos pequenos podem realmente alcançar mais pessoas do que os meios de comunicações.
5. Pode crescer por multiplicação. O grupo pequeno sé é eficaz enquanto pequeno, mas pode se reproduzir facilmente. Como células vivas, pode se multiplicar em outras duas, quatro, oito ou mais, dependendo da liderança e vitalidade de cada grupo.
6. Pode ser um meio eficaz de evangelização. A evangelização mais eficaz em um mundo high-tech utilizará grupos pequenos como metodologia básica. O grupo pequeno proporciona o melhor ambiente em que pecadores podem ouvir a voz convincente e atraente do Espírito Santo e ganhar a vida espiritual mediante a fé.
7. Requer o mínimo dos líderes. Muitos membros de igrejas que nunca poderiam dirigir um coral, pregar um sermão, liderar um grupo de jovens ou fazer visitas de casa em casa podem liderar um grupo pequeno.
8. É adaptável à igreja institucional. O grupo pequeno não requer a derrubada da igreja organizada. É possível introduzir grupos pequenos sem se descartar ou abalar a igreja. Porém, se a incorporação dos grupos nos lares e dos grupos-célula ao ministério global da igreja for realizada com sinceridade, alguns ajustes serão necessários e, mais cedo ou mais tarde, haverá discussões sobre propriedades.
VISÃO GERAL DE GRUPOS FAMILIARES
"O que se isola, busca seus próprios interesses, e insurge-se contra a verdadeira sabedoria (pv 18.1)
INTRODUÇÃO
O crescimento da população mundial e os problemas verificados das grandes concentrações nas áreas urbanas em todo mundo tem trazido como consequência um crescente aumento da solidão, competição, falta de amor e de solidariedade ao próximo, estando latente a necessidade de integração e agrupamento das pessoas que almejam ardentemente sair do anonimato a serem identificadas pessoalmente.
Há trinta anos atrás os pais almoçavam e jantavam com os filhos, os vizinhos se conheciam e desenvolviam amizade entre si, a permanência no emprego era significativamente maior, os meios de transporte e comunicação eram mais lentos e demorados, possibilitando relacionamentos mais profundos. Hoje, nós somos identificados por números. Os caixas eletrônicos, os "fast-food", a impessoalidade do computador e da televisão, internet fazem das populações urbanas uma massa carente de companhia. Simplesmente ser alguém especial para outra pessoa. E aí qual o nosso papel como igreja? Apresentarmos a Cristo, nosso melhor amigo, cultivando a singeleza de relacionamento com o próximo, a começar dos mais próximos, no caso, nossa família, vizinhos e até aos confins da terra, se o Senhor assim nos enviar.
Não podemos nos dar o direito de, como igreja, fechar-nos em quatro portas, enquanto o diabo, nosso adversário comemora lá fora seu suposto domínio sobre vidas, que buscam caminho que verdadeiramente não os conduzem a salvação. De lá saímos nós também, do império das trevas, e fomos levados para o reino do seu amor. A pergunta que está no Salmo 116 é para nós ainda hoje: Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Que tenhamos a mesma resposta do salmista: "Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo". (Salmo 116.1)
O QUE É UM PEQUENO GRUPO?
É uma reunião em uma residência com objetivo de viver em família, cultivando uma atmosfera gostosa, amigável, descontraída e informal.
1. Deve ser um canal fundamental de uma igreja, no evangelismo, na adoração e no ministério da palavra;
2. É a igreja crescendo dentro de uma visão do Novo Testamento;
3. É a igreja atuando com uma terminologia capaz de atingir o ouvinte, sem espanta-lo ou leva-lo até a ideia de um programa religioso, onde se pode dizer: É mais fácil um amigo ou parente vir em uma reunião em nossa casa do que na igreja.
O QUE NÃO É GRUPO FAMILIAR?
1. Não é somente um grupo de oração;
2. Não é somente um grupo de discipulado;
3. Não é somente um ponto de pregação;
4. Não é somente um grupo de evangelismo;
5. Não é somente outro culto da igreja.
Tudo o que está acima mencionado faz parte do Grupo Familiar, mas não exclusivamente. Os encontros são informais e tudo isso acontece sem obedecer a uma liturgia rígida, priorizando a comunhão, o tirar as dúvidas, a possibilidade de todos se conhecerem com profundidade.
PORQUE PEQUENOS GRUPOS NA IGREJA?
1. O PG tem como base a família que sede o espaço. O propósito de Deus na criação foi manter comunhão com a família;
2. A família é a primeira instituição divina na terra e, como tal, a "célula máter" da sociedade;
3. O pecado construiu obstáculo à comunhão da família com Deus;
4. Removendo o pecado no Seu sangue, Jesus Cristo tem formado uma nova família, a família de Deus. Todas as famílias da terra têm a oportunidade de escolher pertencer à família de Deus. (Jo 1.12; Mt 12.46-50);
5. É da vontade de Deus que a sua família:
5.1 Cresça numericamente (se reproduza abundantemente);
5.2 Cresça na comunhão (edificação mútua);
5.3 Cresça no relacionamento fraterno (intimidade e cuidados mútuos);
5.4 Cresça na intimidade com o Pai (o que capacitará a identificar-se com o caráter do Pai e a fazer a Sua Obra);
6. No Novo Testamento as casas e a família receberam uma função nova no Reino de Deus:
6.1 Os discípulos de Jesus foram enviados aos lares das vilas e cidades de Israel:
• Mateus 10.1-5 - A comissão dos doze
• Lucas 10.5-12 - A comissão dos setenta
6.2 Os lares exerceram importância no cristianismo primitivo:
a) A igreja primitiva nasceu num lar - Atos 1.1 a 2.41;
b) A igreja primitiva se reunia habitualmente nos lares:
Atos 2.46-47 - Havia comunhão diária de casa em casa;
Atos 5.42 - Pregavam e ensinavam todos os dias de casa em casa;
Atos 10.1-48 - A casa de Cornélio é usada para abrir a porta de pregação do evangelho aos gentios;
Atos 12.9-17 - A igreja que se reunia na casa de Maria, mãe de João Marcos;
Atos 16.40 - A igreja que se reunia na casa de Lídia em Filipos;
Atos 20.7-12 - A igreja se reunia num cenáculo (sala de jantar) em Troâde;
Atos 20.20 - Paulo afirma ter pregado e ensinado de casa em casa;
Atos 21.8-14 - A casa de Filipe é usada por Paulo;
Atos 28.16,23,24,30,31 - Por dois anos Paulo fez de sua própria casa um local de pregação do evangelho;
Romanos 16.3-5,14,15,23 - Fala-nos de quatro igrejas reunidas em casas;
I Coríntios 16.19 - Repete menção da Igreja reunida na casa de Áquila e Priscila;
Colossenses 4.15 - A Igreja hospedada por Ninfa;
Filemon 1.2 - Uma Igreja na casa de Filemon.
CARACTERÍSTICAS DOS PEQUENOS GRUPOS
1. Evangelização - da qual se ganham discípulos e se estende o Reino de Deus. É um dos lugares de onde sai a força evangelizadora da igreja;
2. Pastorado - extensão do ministério pastoral através de líderes qualificados (I Co 4.1,2)
3. Formação e desenvolvimento - da vida dos discípulos sob o cuidado e orientação dos discipuladores;
4. Adequado relacionamento - interação entre os membros do grupo como acontece no funcionamento do corpo humano (junta e ligamento), o viver em unidade;
5. Desenvolvimento - treinamento dos discípulos para ocupar funções no ministério (formação de obreiros);
6. Missões - gerar pessoas qualificadas para extensão da obra de Deus.
Organizando PG’s (pequenos grupos)
"Cada casa uma igreja, cada crente um ministro".
Acredito que a implantação de PGs na IP de Tingui fortalecerá a igreja da seguinte forma:
1. PASTOREIO. Infelizmente a grande maioria dos membros da igreja se tornou "assistentes" de culto, adoecem, enfraquecem sem que a liderança tome conhecimento. Com os PGs, os líderes estarão mais próximos dos liderados facilitando o cuidado pessoal e levando os problemas maiores para o cuidado do pastor e dos presbíteros.
2. INTEGRAÇÃO. A grande necessidade de integrar os novos membros a vida da igreja. Sem pequenos grupos as pessoas mais novas se "perdem" no meio da multidão e nos pequenos grupos logo se integram.
3. COMUNHÃO. Através dos grupos flui naturalmente por causa do encontro semanal, da conversa, do lanche após a reunião, etc. Nós temos necessidade de ter verdadeiras amizades. Isso é algo maravilhoso.
4. TREINAMENTO. Para que se formem os PGs, será necessário o treinamento de novos líderes. Sendo assim uma nova liderança “aparecerá” naturalmente na igreja.
5. EVANGELIZAÇÃO. O pequeno grupo facilita a comunicação do evangelho, porque está provado que evangelização eficaz é fruto de relacionamentos confiáveis, de amizade.
6. ASSISTÊNCIA SOCIAL. É muito fácil saber e suprir uma necessidade em um grupo pequeno do que num grupo grande. O plano de Deus é que cuidemos uns dos outros, que sejamos "pastores" uns dos outros, como o apóstolo Paulo ensina "levai as cargas uns dos outros e, assim cumprireis a lei de Cristo”. (Cl 6.2)
7. MAIOR OPORTUNIDADE PARA A MANIFESTAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS. A Bíblia nos ensina que cada crente recebeu pelo menos um dom de Deus (I Pe 4.10), que os dons são para edificação do corpo de Cristo. Cada crente sé será amplamente realizado quando estiver usando em plenitude os seus dons espirituais. Em um grupo de dez pessoas todos podem praticar os seus dons com mais naturalidade e sem medo das críticas. Não esqueçamos que o PG é como uma família, nós podemos até rir de nossos erros enquanto aprendemos algo.
8. DISCIPULADO. Nós fomos comissionados por Jesus para fazermos discípulos. Todos os fatores acima contribuem para o alvo final que é o discipulado, a maturidade e o crescimento da igreja.
É bom entendermos que o PG não é mais um modismo, ele representa um retorno às raízes da igreja: “.....partiam o pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor dia a dia os que iam sendo salvos”. (Atos 2.46-47)
Não há nada de extraordinário num pequeno grupo que se propõe a ter comunhão, evangelizar, discipular, cuidar uns dos outros, essa é a vida que o Senhor Jesus viveu e ensinou aos discípulos.
Deus quer que os valores acima descritos sejam praticados na igreja e o Grupo Familiar é apenas um instrumento, o valor é a comunhão, evangelismo, discipulado, etc. O grupo é o meio, isso significa que os pequenos grupos são vitais para a saúde e o crescimento da igreja, por isso, dizemos com toda a convicção bíblica “cada crente um ministro, cada casa uma igreja”. É a igreja nos lares, é o povo de Deus em ação, levando as boas novas aos perdidos.
Em Cristo,
A PRÁTICA
Na IP de Tingui a proposta para o funcionamento dos PGs é a seguinte:
Passa-a-passo:
1- O pastor fará a convocação e treinará líderes. O treinamento é rápido (cerca de 4 aulas de 1 hora cada). Neste treinamento será repassado os estudos dos quatro primeiros encontros e a forma de andamento do trabalho.
2- Membros da igreja oferecerão lares para as atividades dos PGs. A prioridade é que cada crente frequente um PG mais próximo de sua residência.
3- Os líderes terão um encontro com o pastor a cada 15 dias na igreja (para prestarem relatórios e passar por treinamento) e os grupos farão um encontrão na igreja a cada dois meses.
4- No primeiro momento o pastor será o supervisor. Com a abertura de novos PGs (quando ultrapassarem 10) o pastor indicará novos supervisores.
5- Os grupos estarão reunidos nos lares todas as segundas feiras, das 20 às 21 horas.
Como é um PG?
Um pequeno grupo é constituído de 5 a 15 pessoas, reunindo-se semanalmente para aprender como tornar-se uma família, adorar o Senhor, edificar a vida espiritual uns dos outros, orar uns pelos outros e levar pessoas ao Evangelho. Não é ideal que ela ultrapasse o limite de 15 pessoas. Em geral os grupos pequenos se “multiplicam” em dois, ao atingir a frequência regular de 15 pessoas.
Como funciona um Pequeno Grupo?
A dinâmica do pequeno grupo é composta pelos 4E’s que são as partes da reunião do pequeno grupo. São eles:
Encontro- boas-vindas e quebra-gelo (10 minutos): uma pergunta simples abre a reunião para ser respondida por todos. Não existem pessoas “quietas” depois do quebra-gelo;
Exaltação- louvor e adoração, momento de oração (15 minutos): entramos na presença de Deus;
Edificação- estudo da Palavra (20 minutos): Deus mostra o seu poder em nós. Sua Vida flui por meio de cada pessoa para edificar os outros no grupo.
Evangelismo- compartilhar a visão (15 minutos): compartilhar os nomes dos nossos amigos, depois oramos por eles e planejamos maneiras de alcançá-los.
Algumas observações:
a) O quebra-gelo nunca deve ser algo que meça conhecimento bíblico, principalmente quando houver pessoas não crentes participando (ex.: “qual seu personagem bíblico preferido?” “Quando foi a última vez que o Espírito Santo falou com você?”). O quebra-gelo deve ser para descontrair e não intimidar;
b) A exaltação não necessita ser com instrumentos musicais. Pode-se utilizar um aparelho de CD ou sem acompanhamento. Vamos indicar os louvores e passar um cancioneiro.
c) A edificação será composta de um estudo repassado pelo pastor. Na primeira fase estaremos estudando O Evangelho de João, O livro de Gálatas e posteriormente os estudos baseados nos sermões do pastor.
A Oitava IP de Belo Horizonte a IP de Manaus e várias igrejas de outras denominações apresentam grandes resultados com PGs.
Amado presbítero este projeto é apenas uma proposta, estou aberto às novas ideias. Preciso de sua participação efetiva caso seja aprovado. Caso não tenha tempo para participar efetivamente de um PG, preciso que repasse o projeto e a visão. “Cada crente um ministro”.
Infelizmente os crentes estão virando meros assistentes dos cultos.
Vamos nos empenhar mesmo iniciando com poucos PGs. Bairros como Alessandra, Oiticica, Jardim Letícia, Tingui, Corcundinha e Inhoaiba, poderão inaugurar os primeiros PGs.
Graça e Paz!
Rev. Janoí Mamedes.
Maio de 2014.
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